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A Era das Fogueiras

Postado por Wicca Para Todos




No século IV, quando o Cristianismo se propagava, a Igreja Católica havia tomado santuários e templos sagrados de Vikings E Celtas para implantar sua religiosidade e erigir suas igrejas. Os primórdios do Catolicismo acreditavam que os pagãos continuariam à ir nestes lugares sagrados, para reverenciarem seus Deuses, e que com o passar do tempo assimilariam o cristianismo e aos poucos o paganismo seria substituído, pela crença religiosa cristã, através da anulação. Mesmo assim, por toda a parte, as pessoas, continuavam venerando Deuses e Deusas do paganismo. A tática da Igreja Católica não funcionou e através da Inquisição, de uma forma insandecida e sádica, tentaram apagar de uma vez por toda a figura da Grande Deusa Mãe como principal divindade cultuada sobre todos os extremos da Terra.

A Inquisição teve início no reinado de Papa Inocêncio III ( de 1227 à 1241 d.C), numa tentativa de exterminar com a Bruxaria. O poder da Igreja Católica começava à ser contestado e o sistema feudal entrava em declínio. Diversos movimentos e revoltas religiosas começavam a acontecer entre os camponeses.

A religião pagã era vista como uma ameaça à poderosa e nova religião, pois era extremamente desenvolvida entre os povos da Europa e por isso precisava ser banida. A caçada perseguidora começou paulatinamente. os inquisidores perseguiam, torturavam e matavam pessoas, só porque tinham crenças religiosas que diferiam da religião declarada como oficial.




Torturas aplicadas aos Pagãos

Aos poucos a perseguição ia tomando proporções maiores, até que em 1484 o Papa Inocêncio VIII, declarou deliberadamente que a Bruxaria era uma grave heresia, redigindo um bula papal que liberava o poder da Inquisição contra as pessoas que praticassem Feitiçaria, Magia ou Bruxaria. Com o passar do tempo, a prática da Bruxaria tornou-se uma ilegalidade. Deuses Antigos do panteão pagão, cada vez mais, eram transformados em Demônios e muitas das diversas Deusas também foram transformadas em espíritos infernais, tudo isso para denegrir a imagem da Religião Pagã. A Igreja queria apagar o fato, definitivamente, de que um dia uma Deusa, e não um Deus, foi objeto de adoração de todo o mundo. O Catolicismo transformou o culto à Grande Deusa Mãe, num culto satanista, fazendo as pessoas acreditarem que quem cultuava os Deuses pagãos, estava servindo a Satã. Desde o tempo do Novo Testamento, a imagem do Diabo mudou várias vezes, mas somente durante a Caça às Bruxas, começaram à representá-lo com chifres, rabo e pés de bode. Por que o Diabo Cristão foi retratado desta forma?
Não há nenhuma descrição do Diabo na bíblia que diz que ele é metade homem e metade besta. Essa é a descrição do antigo Deus Celta Cernunos, o consorte e primogênito da Deusa. As Bruxas não achavam que Ele era o poder do mal, mas sim o poder do bem! Ele apenas era o lado masculino da natureza. As Bruxas adoravam os velhos Deuses e continuaram a adorá-los, mesmo depois que a Igreja disse que todos os Deuses pagão eram demônios. Cada vez mais a Inquisição se fortificava, crescia e se espalhava por todos os lugares, porque além de religiosos o movimento começou à ser comerciário. Inquisidores e informantes eram muito bem pagos. Todos os que testemunhassem contra uma pessoa suspeitosamente herege, recebia uma parte de suas propriedades e riquezas, caso a vítima fosse condenada. A caça às Bruxas tornou-se muito lucrativa!


Em 1486 era publicado um livra chamado Malleus Maleficarum , com uma lista de requerimentos e indícios para condenar um Bruxo. E eis aqui alguns:
• Difamação notória por várias pessoas que afirmassem ser o acusado um Bruxo
• Se um Bruxo desse testemunho de que o acusado também era Bruxo
• Se o suspeito fosse filho, irmão, servo amigo, vizinho ou antigo companheiro de um Bruxo
• Se fosse encontrada a suposta marca do Diabo no suspeito
• O tratado afirmava que as mulheres deveriam ser as mais visadas, pois são naturalmente propensas à Feitiçaria.

E com o Malleus Maleficarum os inquisidores saiam à procura de vítimas para o louco movimento imposto pelas "autoridades" eclesiásticas. Quando um suspeito era acusado, em geral, não poderia ser executado antes de confessar que era Bruxo, o que era conseguido através de torturas. Diversos métodos foram adotados, entre eles a perfuração da língua, enforcamento lento, imersão em água quente, cadeiras de ferros em brasa, tornos para a perna entre inúmeras outras formas de torturarão. Os julgamentos em Toulouse na França, em 1335, levou diversas pessoas à fogueiras; setecentos Feiticeiros foram queimados em Treves, quinhentos em Bamberg ...

Com exceção da Inglaterra e dos EUA, os acusados eram queimados em Estacas. Na Itália e Espanha as vítimas eram queimadas vivas. Na França, Escócia e Alemanha, usavam madeiras verdes para prolongar o sofrimento dos condenados. No século XVIII chega ao fim as perseguições aos pagãos, sendo que a lei da Inquisição permaneceu em vigor até meados do século XX, mesmo que teoricamente. Na Escócia a lei foi abolida em 1736, na França em 1772 e na Espanha em 1834. Os pesquisador Justine Glass afirma que cerca de 9 milhões de pessoas foram acusadas e mortas, entre os séculos em que durou a perseguição contra a Bruxaria. A caça às Bruxas só acaba por que a Elite social e religiosa dá um fim à ele. Ao longo dos séculos , as "mesmas pessoas", juizes, advogados, governadores e clérigos que decidiram que haviam pessoas que praticavam Bruxaria, decidiram que não havería mais. A caça às Bruxas terminou quando os Estados Modernos se consolidaram, pois não era mais necessário ter um grupo visto como ligados ao demônio, quando a guerra entre as diferentes religiões havia acabado. Apesar de o Estado ainda lidar com revoltas de camponeses-trabalhadores, as instituições militares eram mais fortes e estabelecidas do que no início dos primeiros séculos cristãos, por isso havia menos com oque se preocupar.
Apesar de interesses maiores terem lutado para sufocar a voz e o poder da Bruxaria, e dos Antigos Deuses, ela continua tão viva quanto no início dos tempos. O canto da Sagrada Deusa não foi abafado pelos gritos daqueles que morreram professando a fé em seu poder e benevolência. Pelo contrário, à cada dia que passa Ela canta mais alto um canto doce perpétuo e sem fim:
" Eu sou a Mãe de todas as coisas,Aquela que faz a natureza brilhar.Sou aquela que zela por aqueles que constituem a população da Terra.Terra, que tanto mudou através dos tempos.Terra, que chorou por aqueles que me entenderam.Terra, que sofreu com aqueles que foram banidos.Benditos sejam eles!Aqueles que me aceitaram e em mim esperaram,Pois voltam agora para reinar num novo tempo.Bem vindo sejam eles novamente ao seu antigo lar!"

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